quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tímida anatomia

Paguei o olho da cara
Me doeu a boca do estômago
E a barriga da perna
Por não segurar no céu da boca
Dei com a língua nos dentes
Falava pelos cotovelos
Não ao pé da orelha
Mirei bem a ponta do nariz
Disfarçava esfregando as costas da mão
Olhando direto à menina dos olhos
Formigava-me o peito do pé
Não tive nervos de aço
Porém fui sincero dos pés à cabeça
Novamente dei ouvidos ao coração
Mas não arrependo nenhum fio de cabelo

domingo, 17 de agosto de 2008

A dor adora a dor

A dor que não é sua
Sua quem a sente
Cala e consente
Que ela doa crua
Nua
Na rua sem saída
Na lágrima caída
Abate infelizmente
Acaba com a gente
Dói
Corrói
Se perpetua